Mateus 9, 14-17 Santa Maria Goretti
“Então os discípulos de João disseram, dirigindo-se a ele, perguntaram: “Por que jejuamos, nós e os fariseus, e os teus discípulos não?”
Jesus respondeu: “Podem os amigos do esposo afligir-se enquanto o esposo está com eles?” Dias virão em que lhes será tirado o esposo. Então eles jejuarão. Ninguém põe um remendo de pano novo numa roupa velha, porque arrancaria uma parte da veste e o rasgão ficaria pior. Não se coloca tampouco vinho novo em odres velhos, do contrário, os odres se rompem, o vinho se derrama e os odres se perdem. Coloca-se, porém, o vinho novo em odres novos, e assim tanto um como o outro se conservam.”
Meditando a Palavra
“Podem os amigos do noivo estar de luto enquanto o noivo está com eles?”
O evangelho de hoje nos ensina que os amigos do noivo podem ser os filhos dos esponsais.
Estes constituem o grupo especial de convidados que ficavam mais perto do esposo e desempenhavam papel importante na cerimônia.
Vejamos Mateus 22, 2: “O Reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas do seu filho.” O Rei é Deus, as bodas representam a felicidade messiânica, enquanto o filho do Rei é Messias. As bodas ou festa de casamento fala da alegre relação entre Deus e as pessoas. Por isso a atividade de Jesus mostra que o amor de Deus (Javé = esposo) vem para salvar o ser humano concreto.
Ao dizer que não se coloca vinho novo em odres velhos e nem remendo novo em roupa velha, Jesus chama a atenção para a novidade de sua mensagem. Sua mensagem só pode encontrar acolhida e sentido onde há total abertura em todos os sentidos. As estruturas antigas representadas pelo judaísmo não podem suportar nem Jesus e nem a novidade de sua mensagem. Isto vale para a questão do jejum.
A estrita observância através de orações e penitências, próprias dos fariseus, não poderão deixar ver e celebrar a novidade de Jesus esposo.
Segundo os Atos dos Apóstolos e S. Clemente, os discípulos de João Batista tiveram influência até o século II. Vejamos Atos 18, 24-25: “Um judeu, chamado Apolo, originário de Alexandria, havia chegado a Éfeso. Era homem eloqüente, versado nas Escrituras. Tinha sido instruído no caminho do Senhor e, no fervor do espírito, pregava e ensinava com exatidão o que se refere a Jesus, embora só conhecesse o batismo de João.”
A exigência que fica para nós é a de uma total liberdade diante do Senhor. Também por sermos livres o nosso jejum ganha sentido novo, pois segundo ensina a Igreja, ele nos é proposto para que de fato sejamos fortalecidos na fé, na esperança e na caridade.
Fica conosco, Senhor, e dá-nos compreender a novidade do evangelho que fala de mudança de mentalidade para melhor acolher o teu amor.
Abençoa, Senhor, a nossa vida e o nosso trabalho. Amém.