Meditando a Palavra:
“Quem ama sua vida a perde, e quem odeia a sua vida neste mundo guardá-la-á para a vida eterna.”
O evangelho de hoje, festa de S. Lourenço, diácono e mártir, nos ensina que a vida só tem sentido quando é doação. Vejamos 2 Cor 9,7: “Cada um dê como dispôs em seu coração, sem pena, nem constrangimento, pois Deus ama a quem dá com alegria.”
Dar a própria vida, condição para a fecundidade, é a suprema medida do amor. Jesus explica aos discípulos que essa decisão não é perda para o homem, mas o seu máximo ganho. Não significa frustrar, inutilizar a própria vida, mas levá-la ao seu êxito completo. Infundir temor é a grande arma da ordem injusta. Quem não teme nem a própria morte, o desarma; é soberanamente livre e está livre para amar totalmente.
O temor de perder a vida é o grande obstáculo para a entrega. Por isso Jesus adverte que pôr limite ao compromisso por apego à vida é levá-la ao insucesso. O apego a vida leva a todas as abdicações; chegará o momento em que o homem cederá diante da ameaça. Não só lhe será impossível amar até o extremo limite, mas acabará cometendo injustiças ou calando-se perante ela.
Fica conosco Senhor e dá-nos pela intercessão de S. Lourenço amar e trabalhar pela vida, pela dignidade e liberdade do homem. Fazei Senhor, com que sejamos como grãos de trigo prontos para a morte que produz vida, segundo a medida do teu coração. Abençoa Senhor a nossa vida e o nosso trabalho. Amém.