Lucas 18,1-8 Dedicação das Basílicas de S. Pedro e S. Paulo 1
“Propôs-lhe Jesus uma parábola para mostrar que é necessário orar sempre sem jamais, deixar de fazê-lo. “Havia em certa cidade um juiz que não temia a Deus, nem respeitava pessoa alguma.
Na mesma cidade vivia também uma viúva que vinha com freqüência à sua presença para dizer-lhe: faze - me justiça contra o meu adversário. Ele porém, por muito tempo não o quis. Por fim, refletiu consigo: Eu não temo a Deus nem respeito os homens, todavia porque esta viúva me importuna, far-lhe-ei justiça, senão ela não cessará de me molestar. “Prosseguiu o Senhor: “Ouvis o que diz este juiz injusto? Por acaso não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que estão clamando por ele dia e noite? Porventura tardará em socorrê-los? Digo-vos que em breve lhes fará justiça. Mas, quando vier o filho do homem, acaso achará fé sobre a terra?”
Meditando a Palavra
“Deus fará justiça a seus eleitos que clamam por ele.”
O evangelho de hoje nos ensina que é necessário rezar sempre. Não, não podemos perder o ânimo e deixar de rezar. A parábola da viúva e o juiz iníquo quer simplesmente nos convidar a confiar que o Senhor fará justiça para com cada um que a ele se dirige através da oração confiante. “E Deus não fará justiça a seus eleitos que clamam a ele dia e noite, mesmo que os faça esperar?”
Devemos meditar bem sobre o silêncio do juiz que um dia resolve fazer justiça. Também devemos meditar sobre o silêncio de Deus, que muitas vezes nos inquieta.
Vejamos o Salmo 72, 22s: “Eu ignorava, não entendia como um animal qualquer. Mas estarei sempre convosco porque vós me tomastes pela mão.” Sim, o Senhor faz justiça e todo aquele que nele crer deve buscar com firme confiança estabelecer na terra o seu reino de justiça e paz. Antes, os eleitos eram o Israel messiânico, hoje é a comunidade cristã.
Clamar dia e noite é o grito dos oprimidos pelos sistemas injustos, que clama pela mudança radical das estruturas. A oração de petição faz tomar consciência das próprias possibilidades e da ação libertadora de Deus na história. O desejo de justiça da viúva deve ser modelo de busca para quem é discípulo de Jesus. Para os discípulos de Jesus foi rompimento com a instituição judaica. Para nós hoje deve ser o rompimento com os falsos valores da sociedade injusta, que esbanja tudo e não leva em conta o grito de justiça dos sofredores.
Senhor, fazei que a nossa oração seja incessante e expresse o desejo de nossa alma que quer ser atendida.
Abençoa Senhora nossa vida e o nosso trabalho. Amém.